A tua Presença é soberana.

A chuva tentava entranhar-se no meu corpo, apressei o passo e abri o guarda-chuva.
A brisa do vento trespassava-me o pensamento, trazia-me lembranças de ti…
O teu rosto pairava na minha mente a toda a hora.
Entrei em casa. Como de costume, as janelas estavam fechadas e a casa gélida.
Do silêncio, da penumbra, um crescer de emoções…memórias?
Parei por breves segundos e vi-te, pensei-te, lembrei-te, ali ao meu lado, na sala, sentado ao meu lado, nós…a sorrirmos. O meu estômago dilatou, a respiração susteve-se.
Ali estávamos há muito tempo, sempre estivemos. Quando me sento naquele sofá é impossível não olhar para o lado e ver-te, o teu sorriso, as tuas mãos nas minhas, recordando a nossa singela felicidade. Como uma alegria, como se estivesses ali comigo, sorrio e penso em ti. Nada me era dito, mas eu, olhando, sabia tudo, como se fosse óbvio, como se não pudesse ser de outra maneira. É certo que tu estás sempre presente, tu, aquele que me faz feliz, aquele por quem o meu coração bate todos os instantes, é por ti que olho em frente e sorrio.
Distante da chuva grossa deste inverno negro, distante do frio, sorrio e aconchego-me ao ler as tuas palavras, elas embalam-me ao adormecer…são elas que me despertam estas emoções…
és tu, és tu.